quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Sobre a caduquice do Natal.




Querido Papai Noel,

Eu sei que o Natal já passou, por isso, resolvi escrever esta cartinha só agora, que o senhor deve estar mais desocupado.

Não que eu pense que vida de Papai Noel seja só fazer bico de Finados até o Natal, e depois ficar na vida mansa! Longe de mim essa idéia...

Eu sei que deve ser duríssimo administrar a fábrica de brinquedos, controlar os gnomos insubordinados, achar comida para as renas em meio à neve infértil da Lapônia (Ou Polo Norte... sei lá onde o senhor mora. Talvez por essa inexatidão geográfica o senhor não tenha recebido as 15 cartas que lhe mandei até agora.)

Enfim... ainda ter que aturar a Mamãe Noel, que, se caminha no mesmo passo que o senhor, anda descambando para a caduquice. E fazer bico como garoto-propaganda da Coca-Cola, contracenando com os últimos ursos polares inextintos.

Vida dura.

Enfim... mandar cartinha pra celebridade no vuco-vuco de dezembro não é lá uma boa idéia.
Principalmente porque em dezembro, ninguém tem tempo pra ninguém.

Uns correm para comprar coisas, outros correm para produzir coisas, contrabandear coisas, vender coisas... e o que era pra ser um mês dedicado à reflexão, à amizade, confraternização, amor,escambau... acaba virando o mês do comércio.

Escrever as próprias cartas?! Ninguém tem tempo pra isso! Pra isso inventaram aqueles cartões de papelaria,com sentimentos natalinos sintetizados em jargões. Não raro, acompanhados de ilustrações fofas.
Perfeito para quem, além de escrever, também não quer perder tempo desenhando.

Bom... quando eu disse que o senhor anda caducando, não disse isso por causa da sua idade.(Afinal, desde 1800 e bolinhas, o senhor já era velho e gordinho.)

Disse isso porque, em vez de aparecer na casa das crianças pobres, o senhor só quer saber de ficar sentado em shopping de gente rica.
Assim, vai ficar obeso!
Só pegando as crianças no colo, depois soltando... não dá mais presente pra ninguém...
(Além de gordo, ainda é muquirana!)

A última novidade que vi no Shopping Boa Vista foram duas Bisnetinhas-Noel, garotas boazudas recém-saídas da adolescência que, pernas à mostra, buscavam atrair a atenção de quem não é muito chegado a sentar no colo do velho lapão.
(De quem nasce na Lapônia...)

Não, não é o senhor.
É o MUNDO que anda perdendo a noção e ficando cada vez mais caduco!

É tanta baderna na festa no Natal que o aniversariante só é invocado às preces para ajudar a resolver os grilos natalinos.

Acho que esta carta está ficando meio amargurada...
Talvez por causa das poucas e más experiências que tive com o senhor na infância.
(O único brinquedo que o senhor me deu- uma Barbie do Paraguai- perdeu a perna tão-logo foi tirada da embalagem.)

Mas , afinal, não foi pra desabafar que eu lhe escrevi.
Como todo mundo, escrevi para pedir presente.

Nada material...

"Apenas" um tablete para desenho, um X-box 360, um jogo de aquarelas Winsor e Newton e uma Barbie de verdade (pra compensar aquela da perna quebrada.)

Entrei em contradição?!
A eterna caduquice do universo.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Sobre famílias, seus moldes e seus limites.



Minha adolescência foi assombrada por diversos fantasmas... espinha no nariz, provas, simulados, briguinhas na escola, complexos com a aparência... Mas nada me incomodava tanto como os velhos do mercado.

Tudo começou num daqueles debates em sala de aula.

Lemos um texto que tratava de filhos de pais separados. Eu ouvia a tudo aquilo com a indiferença de quem diz: "ainda bem que não é comigo...
Achava todos aqueles debates "polêmicos"(bah!) um saco!

Foi quando a professora perguntou quem, da sala, era filho de pais separados. Uma garota levantou a mão.

E minha amiga, também, só que para me apontar:

--A Isa! A Isa é filha de pais separados!

Anh?! Eu?!?! Mas que idéia absurda!

--Não... Meus pais não são separados.--protestei.

--São, sim! Você mesma me disse que seu pai só vai na sua casa aos domingos... e eles nem são casados na Igreja!

Meus amigos apoiaram o argumento.

E o meu mundo caiu. Eu tinha, então, treze anos.

Eu sempre fui meio neuradinha com as coisas, e , naquele momento, toda a minha neura se voltou para esta questão.Começaram a me perguntar como eu reagiria se minha mãe se casasse com outro cara, diziam que era horrível ter madrasta, escambau, e tals...

Que besteira! Isso não ia acontecer! ...Ou será que ia?!
Aimeudeus, o que eu faço se acontecer?!

Meu pânico só aumentou quando percebi que o charme simples de minha mãe parecia atrair a atenção de alguns velhos, no supermercado.

Ela nem percebia, concentrada nos preços, nas contas,nas prateleiras... mas eu, sim! Percebia, e muito bem!

E os velhos (Tinha uns 5 ou 6 deles) a seguiam, vez ou outra, pelos corredores.

Desde então, seempre que eu podia, eu acompanhava minha mãe às compras, a fim de espantar qualquer um que ousasse lançar os olhos sobre ela.

E tive trabalho! Era só ver um deles se aproximar comentando que "o feijão subiu...." ou qualquer papo de mercado para que eu começasse a falar que "o PAPAAAAI (fique claro: Ela é MINHA mãe, e eu tenho um pai, viu?) gosta de feijão com farinha, ou qualquer outro comentário retardado que afugentasse o cara.

Os mais tímidos, a seguiam da sessão de ervilhas até o açougue. Com esses, era mais fácil. Era só mandar uma fusqueta que eles vazavam.

Tive pesadelos, em que meu quarto de bagunças agora pertencia a um daqueles velhos do mercado, que queimava todas as minhas traquitandas e prometia me "botar na linha."

E perdia tempo pensando quando foi que as coisas começaram a dar errado com meus pais. Afinal, antes de me dizerem, eu não havia percebido que meus pais eram, de fato, separados.

Com o tempo, esses pensamentos foram sumindo da minha cabeça.

E quando isso aconteceu, percebi o quanto fui escrota, egoísta, idiota...

Primeiro, porque eu não tinha o direito de querer decidir qualquer coisa pela minha mãe, porque gosto dela, e quero vê-la feliz.

Segundo, que eu não deveria dar ouvidos ao que as outras pessoas diziam sobre minha própria família. Não estávamos estruturados à maneira tradicional... Mas quem disse que unidades familiares que fogem do padrão deixam de ser verdadeiras?!

Porque éramos e ainda somos uma família. Esquisita, mas uma família, e funcionamos muito bem em nossa (des)organização.

Hoje, moro com meu pai. Sinto falta da mamãe, porque só a vejo de vez em quando.

Mas isso não importa, porque família não é só quem mora perto da gente, mas também quem mora no nosso coração.

Tenho dito.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Sobre pequenas decepções cotidianas.(Fuéééé...)

É como eu sempre digo: "fuééé...".

Pra quem não sabe, eu tenho soltado um "fuééé" para cada uma das pequenas decepções cotidianas que nos acontecem durante os dias.
Por isso, falo "fué" milhares de vezes ao dia, passando o "fué" a constituir dois terços do meu vocabulário.

É isso. A vida é cheia de desilusões. Umas maiores, outras menores. E, sem mais delongas, aqui vai um TOP TOP com as MAIORES PEQUENAS DECEPÇÕES COTIDIANAS DAS MINHAS ÚLTIMAS SEMANAS!!!

1)O FUÉÉÉ DO SÉCULO!
Abri o ORKUT e vi um depoimento de uma grande amiga dos tempos de escola, mas que anda meio sumida.
Pensei: "Oh! Que bom! Ela se lembrou de mim!"

Pelas primeiras linhas percebi que era o convite para o aniversário do Henrique.
Parei um tempo para tentar lembrar quem diabos era Henrique, afinal... e me veio à cabeça a imagem de um daqueles meninos que não falavam com a turma dos mais feiosos e/ou nerds.

Pensei: "Oh! Puxa! Quanta consideração!" (Embora começando a achar estranho.) Continuei a ler: "Contamos com sua presença!"
"OoOooHhh... Ti miguxa MmaAaAiXxx FfoOfFaAa CuTticUtTiIiI..."_ pensei antes de ler a última linha que dizia:

"30 REAIS + REFRI + BREJA. "

Fuééé...tá explicado! T_T

2)CATUPIRY ALIENÍGENA
O catupiry do lanche do terminal tem gosto de plástico queimado com mostarda, e coloração levemente esverdeada.
Fuééé...

3)PISAR NA BOSTA EM SANTO AMARO.
A embreagem do busão pifou na frente do cemitério de Santo Amaro.

Descendo do coletivo para pegar outro, piso numa bosta de cachorro (ou de mendigo, que lá tem às pampas... prefiro não pensar nisto.) , e depois, num pedaço de lanche meio mastigado que rolava na calçada, e ainda tomo um puta susto com o tio de voz tenebrosa que dizia: "OoOolhAa Ooo CchHoOoOcOoolAaaate..."
Fué....

4) ESTE CASTELO AINDA SERÁ FUÉ... FUÉÉ... FUÉÉÉ...
Fui procurar uma galeria de arte sem o endereço da dita cuja, e , como não podia deixar de ser, acabei vagando pela rua errada. Fué.

Estava eu na minha segunda subida quando encontro, no melhor estilo bermududo de quem vai à padaria comprar pão, ninguém menos que PASCHOAL DA CONCEIÇÃO!
(silêncio...)
Se eu disser "Doutor Abobrinha" ajuda, né! (Que dó do cara...)

Ele deve ter lido na minha testa que fez parte da minha infância e me cumprimentou, meio ressabiado e com sorriso amarelo, talvez com medo de que eu fosse dar um gritinho estérico e pedir autógrafo.
Mas Doutor Abobrinha é do mal, e, portanto, não digno de gritinhos estéricos, nem nada disso!
Deixei-o ir após retribuir o "oi".

O que há de "Fué" em tudo isso?!?!
Justamente ter deixado ele ir! Eu viveria mais feliz se o tivesse arrebanhado pelo braço e suplicado:

"DOUTOR ABOBRINHA!!! Por favor! Diga que AQUELE CASTELO AINDA SERÁ MEU! BWA-BWaAaAaAA!!!!"

Fuéééé...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Sobre Usdárqui e o colegial.

Abrir exceção aqui e colocar fotos pessoais. Mas só dessa vez, tá!

Galera alegre taí. 2006. Bons tempos...


"Lê", das tirinhas, na verdade, Leandro Rizzardi. Grande mudança, não!


Usdárqui me foi concebida em 2006, baseado na galera do colegial. Achei que éramos dignos e merecedores de tirinhas só nossas porque nos considerava diferente das outras patotinhas que reinavam na sala.( afirmação de identidade... problemas da adolescência...)

Os meninos da nossa turma eram inteligentes e sedentários, e não micareteiros esportistas como os outros embuguasuínos.(de "quem nasce em Embu-Guaçú.") E as meninas não se interessavam em ser líderes de torcida. (Inclusive, eu era tão nerd que cheguei a ser chamada para o grêmio estudantil.)

É... a minha escola tinha todas essas fanfarrices de high school americano e de Malhação.

Naquele tempo a gente até achava daora... mas pensando bem...hoje, acho que tanto o grêmio quanto as torcidas organizadas me parecem meio ridículos.

O grêmio, porque não decidia porríssima nenhuma. Apenas reuniões chatinhas com os mais nerds de cada sala, onde apenas o professor falava. (Eargs!!) No auge da nossa atitude, organizávamos uma ou outra festa para levantar fundos. E falando em "fundos..." a torcida organizada era só pretexto para as bonitonas exibirem suas pernocas em uniformes de saia florida e meias três-quarto, pulando com pompons e gritando desorganizadamente.

E ainda tinha a rádio "Só Alegria, " que nos infernizava todo santo recreio tocando axé, black e outras merdas. Aff!

Mas enfim...bons tempos, aqueles!

Acho que o colegial me serviu como lição pra muita coisa.

Superei muitas questões pessoais, e arranjei mais um bocado de complexos pra resolver.

Daquele tempo foi o meu primeiro amor, e meu segundo amor, e as decepções, os fracassos, e as lembranças dos meus amigos... tanta baderna...

Ah, cara...eu vou chorar!

..............................

Por causa da empreitada vestibulística, tive que parar de fazer histórias com essas turmas por um tempo. Agora, resolvi retomar Usdárqui, redesenhando as histórias e publicando aqui no blog, na medida do possível, okaaaay!



Isso, só.



Bejutiau.

Sobre sonhos e seus significados.


Outro dia, sonhei que estava me afogando numa poça de lama. Acordei tendo um ataque, e resolvi que ia descobrir o significado desse sonho patético.

Num livro de banca de jornal que trata sobre o assunto, sonhar que está se afogando significa purificação. Ótimo! (supondo que se afogar no mar tenha o mesmo significado de meter a cara numa poça de lama e não conseguir levantar nem fudendo.)

Segundo Freud, o elemento água, quando presente em sonhos, tem alguma coisa a ver com sexo.
Pensando bem... na visão de Freud, QUASE TUDO tem a ver com sexo. Menos sonhar que se está fazendo sexo, porque isso deve ter algum outro significado obscuro.

Os sonhos, em geral, sempre me deixaram intrigada... especialmente os sonhos canininos.

Sim, os cachorros também sonham. Se você parar pra ver seu Lulu dormindo, vai perceber que, durante o sono, ele pode chorar, ganir ou fazer gestos de defesa.
Eis a prova: CACHORRO SONHA!

E os ratos também sonham . Um tal de Dr. Wayne Hening, da Rutger State University, fez uma pesquisa e descobriu que "as atividades neurais dos ratos enquanto sonham eram semelhantes às que eles têm ao correr num labirinto."

Poxa...LABIRINTO! Que sonho mais complexo...
E eu, que achava que os ratos sonhavam que eram astronautas planejando seu pouso numa Lua de queijo...
(Ma' francamente... pesquisar sonho de rato... haja falta do que fazer!)

Aí, eu lembro da história de um sábio chinês que sonhou ser uma borboleta. Depois de acordado, ficou pensando se era um homem sonhando que era uma borboleta ou seria uma borboleta sonhando ser um homem.
(Eu, por minha vez, só fico imaginando que homem que é homem que tem coragem de dizer que sonhou que era uma borboleta cor-de-rosa...)

Mas quem sabe essa não seria a resposta, e a vida não passaria do resultado de sucessivos atos de dormir e despertar?
E a existência não possa ser comparada a uma longa noite de sono, sendo a vida um sonho e a morte uma noite sem sonhos?

Ou haverá sonho após a morte?!

Ahngn... CHEGA!!
Vou mandar logo um TOPTOP com um compacto de idéias birutas dos teóricos dos sonhos.
(li isso isso na offline e achei legal mandar procêis.)

1) SIGMUND FREUD_ O sonho é a válvula de escape do inconsciente para os pensamentos e desejos reprimidos.(Que, como eu já disse, quase sempre têm a ver com sexo, pouco importando se você sonhou com a Xuxa, o Bozo ou a sua avó.)

2)CARL JUNG_ Acrescenta a Freud a consideração de que os sonhos nos ajudam a refletir e resolver questões pessoais. Portanto, sempre que tiver um grilo pra resolver, não peça ajuda. Tire uma SONECA.

3) ALLAN HOBSON E ROBERT MC CARTNEY_ Sua "hipótese da síntese-ativação" descarta Freud e Jung. Para eles, os sonhos são simplesmente o resultado de impulsos elétricos cerebrais, que "baixam" imagens armazenadas na memória de maneira aleatória e desconexa, e é o cérebro, já desperto, quem faz as relações entre as imagens e tenta dar sentido a elas. Será?!

http://www.youtube.com/watch?v=Zl8iHHxdOYM&feature=channel --Trilha sonora urbana nipônica. Ouçam.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Sobre o fim do mundo.


Aposto que você já ouviu falar na profecia maia de que o mundo vai acabar em 2012.

E seguem-se os apelos para viver a vida enquanto 2012 não chega... e que devemos amar o próximo e pedir perdão pelos pecados antes que o mundo acabe, todos morram com rancores de você e depois voltem para puxar o seu pé. (Refute essa hipótese, pois você também vai estar morto. E não vai poder puxar o pé de ninguém. Droga.)

Bom... se quer ver meu lado otimista, acho que já escapamos do "fim" por tempo até demais.
Lutero achava que o mundo ia acabar antes de 1800. E o mundo não acabou.

A caboclada dizia (pra meter medo na minha mãe) que o mundo ia acabar nos anos 70. E o mundo não acabou.

Depois, minha babá dizia (pra meter medo nimim) que o mundo ia acabar nos anos 2000. E o mundo não acabou!

A última vez que o mundo deu um suspiro de alívio por ver o Sol nascer de novo foi no dia )06/06/06. Você sabe... por causa do "number of the beast".(uuuh).
Para variar, especularam que o mundo acabaria naquela data.

Uma garota desesperada, já no dia 5, escreveu uma bela carta para uma amiga minha Na carta, ressaltou a importância da outra em sua vida, pediu perdão se caso algum dia a tivesse machucado e jurou que elas seriam amigas pelo "resto da eternidade!!!"( ou seja; dadas as circunstâncias, até o dia seguinte.)

E o dia 6 chegou. Alguns olhavam para o céu, a fim de ver o meteoro em chamas que causaria o fim da humanidade.
(ingenuidade nossa, pensar que um acontecimento importante desses pudesse ser vislumbrado da remota Embu-Guaçu!)

Chegou a noite.
E quem curte filme de ficção científica sabe que é à noite que as coisas ruins acontecem .
E a garota desesperada também sabia, e por isso, ligou , aos prantos, para minha amiga, dizendo da importância da outra em sua vida, pedindo perdão se caso a tivesse machucado, e jurando que elas seriam amigas pelo resto da eternidade. (Ou seeeja; pelo resto das próximas 4 horas.)

E... bem... o mundo não acabou.

Depois de um tempo aquela fulana mancou feio com a minha amiga.
E aposto que nem pediu desculpas.
Impressionante, o que as pessoas fazem quando estão com medo do fim! O que essas pessoas não percebem é que o mundo de cada um pode acabar a qualquer momento.
Seja atropelado por uma besta desgovernada, engasgado com a própria baba ou com a gripe suína, esse pode ser o 2012 de cada um de nós.

Aliás, se 2012 é vero ou não, eu não sei. Mas sei que não é uma boa fazer as coisas por medo do fim.
Você pode fazer mil loucuras que sempre sonhou, pensando que o mundo vai acabar amanhã, mããããs.... se não acabar, você tá frito.
Ou então, adote a filosofia de "viver cada dia como se fosse o último". Seus pais vão te deserdar e você cairá em desgraça, mas as pessoas vão acabar se acostumando com suas cabeçadas, e você viverá feliz. (eu acho.)

Então, pra encerrar, vou mandar um TOPTOP com as minhas hipóteses favoritas para o fim do mundo!

1) FÚRIA DIVINA -Deus fica de saco cheio do mundo e resolve acabar de vez com essa bagaça!

2) ESCRAVOS DA TECNOLOGIA.- .A raça humana não dominará mais a Terra. Seremos como escravos assalariados dos robôs. Faz sentido.

3) ARMAGEDOM!!- Quem lembra daquele filme do Bruce Willis?!?! A Terra está na órbita de um cometa, que se chocaria com a Terra por volta de 2030 e tantos. Torçam para que o Bruce Willis esteja vivo até lá, pra salvar a gente!

4) INVASÃO ALIENÍGENA.- essa já tá batida. Monstrinhos verdes e cabeçudos dominarão a Terra e escravizarão os humanos.

5) TEORIA DO COLAPSO DO VAZIO.- Ganha um doce quem entender e me explicar direito. Uma inversão de polos faria toda a água se converter em gelo. Sacou?!
Nerd!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Sobre estar ficando velho.

Chega uma é poca da vida da gente em que percebemos que estamos num território vago... onde não somos mais nem adultos, nem crianças. A essa fase indefinida, impuseram o nome de adolescência.
Mas essa vaga definição também tem seus compartimentos. Os adolescentes nanicos (pré-adolescentes) sempre parecem loucos para deixar o "pré" para trás e se tornarem protagonistas de uma Malhação colegial.

E os "pós-adolescentes" (ou adultecentes) parecem desorientados por uma nova realidade:
a idade adulta está chegando.

Isso tarda, mas não falha! Você pode se tornar adulto aos 18, 21 ou 30 anos, e nem vai perceber, se ninguém te der um toque sobre você estar ficando velho.

Pensando nisso, resolvi fazer um top top com os sintomas da idade que avança sobre nós.

1) EMPREGO- Na idade adulta, o ócio e a morgação são vistos como pecados mortais. Se estão tentando te arranjar um emprego, é porque acham que você já passou da idade de arranjar um.

2) QUE MEIGO!!!- Você passa na rua e é atropelado por criancinhas desembestadas que brincam de correr e atropelar os outros. E acha bonitinho vê-las gritar, fazer birra e manha... coisa que, até alguns anos atrás, te deixariam um tanto emputecido. O que ocorre?
Bem... este sentimento de alteridade, em que a coexistência do oposto desperta nossa atenção, só demosntra que você já não é mais criança há taaaaaaaaaanto tempo que elas passaram a exercer fascínio sobre você. (senão, por que você não se admira de seu chefe ser "gente grande"?!)

3) SALGADINHOS- Você já não se entope mais de salgadinhos só para colecionar os tazos que vêm dentro do pacote.

4) CARINHA DE BEBÊ- Achar que os Jonas Brothers e a Hannah Montana têm carinha de bebê também é coisa de quem já passou da adolescência há alguns quilometros.

5) (para garotas) ACHAR O GEORGE CLOONEY BONITO- demonstra, além de mau-gosto, que você está ficando velha. (antes, seus suspiros eram para os Backstreet Boys!)

6) (para garotas, again) TROCAR A CAPRICHO PELA MARIE CLAIR .(a Playboy, para os garotos, deve ser eterna.)

7) TOMAR CAFÉ. -Café é bebida de gente grande! Se for beber café, lembre-se de que, como disse o tio do Clark Kent, "com grandes poderes vêm grandes responsabilidades."

9) FALTA DE MEMÓRIA- Te atacou legal, se você não se lembrou de que quem disse isso não foi o tio do Clark Kent, e sim o do Peter Parker!

10) DISTRAÇÃO- Você está tão disperso que nem notou que eu pulei o item 8 desta lista.

11) ASSISTIR AO PROGRAMA SILVIO SANTOS.- Não sei se o programa do 'sêo Sílvio" já foi bom, um dia. Mas hoje, é assaz chato. Assistir a aquela joça só pode ser nostalgia da mocidade! (lembrem-se de que, há 40 anos, ele já era velho!)

Tenho dito.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sobre meu pai, mudanças e uma casa muito engraçada.

O dia mais feliz de que me lembro foi o dia em que ganhei um colchão novo.
Isso porque, até então, eu estava dormindo num colchão que tinha mais de 25 anos... era do tempo em que a minha avó ainda era viva.

Aliás... TUDO que tem na casa do papai é daquele tempo.A mobilia mais parece remontar à época de D. Pedro II. Isso sem falar de revistas, jornais, livros... todos bem mais velhos que eu.


Claro que tanta velharia amontoada numa só casa acumula muita poeira e mofo.

Mas depois da terceira semana, você se acostuma até com os cocôs dos morcegos, que figuram salpicados pelo corredor. (não adianta limpar; eles fazem tudo de novo.)

Meu primeiro dia aqui foi punk!
Havia sido despachada de Brasília para poder fazer inscrição na Belas Artes. Após alguns percalços burocráticos, lá estava eu, matriculada inesperadamente, às vésperas do início das aulas, sem fazer a menor idéia de onde iria morar. (a casa da minha mãe era longe.)

Bom... a casa do meu pai, também... mas foi a melhor opção que nos ocorreu.(Na verdade, a única.)

Depois da façanha de entulhar as tranqueiras dos meus dois quartos dentro de um fusquinha, mamãe tocou o pé pra cá. Descarregou minhas traquitandas e alguns mantimentos.
Manobrou, e foi-se embora.

Fiquei ali, meio perdida, ainda segurando a última mala, vendo o carro da mamãe ir embora.
E teria continuado ali por inércia, se meu pai não tivesse me chamado para ver meu novo quarto.

Aliás, o melhor dos seis quartos da casa!

Infelizmente, o melhor quarto da casa não era o melhor quarto do mundo.

Havia um guarda-roupas mofado, cheio de roupas velhas e mofadas dentro. E uma cômoda velha e mofada, cheia de papéis velhos e mofados dentro. E também um espelho velho e grande pendurado na parede. Na velha cama, se estendia um colchão velho, rasgado, mofado e fedidinho.(isso explica a minha alegria ao receber um colchão novo.)

E iniciou-se uma verdadeira guerra ao mofo, ao pó e ao mau cheiro que ali reinavam, e eu temia ter como companheiros de quarto.

Ápós uma ligeira varrida, tirei do chão três pás de poeira sólida. E a toalha branquinha que eu havia levado para limpar o guarda-roupas ficou irremediavelmente negra e encardida, sendo fadada a terminar seu dias como pano de chão.

À noite, o cheiro do colchão me incomodava e me fazia querer voltar pra casa da mamãe. (pensando melhor... nããão...)

No dia seguinte, não pude deixar de notar alguns probleminhas técnicos da casa. A torneira da cozinha vertia um filete tão mixo que eu demorava meia hora só para lavar a louça do almoço.

Aliás, falando em louça... era preciso levar toda a louça para a mesa toda vez que chovia, porque tinha uma goteira que caía no canto da pia onde ela costumava ficar.
O problema não era a água pingar. Era o cocô dos ratos, que forrava o forro da cozinha, e por onde a água obrigatoriamente passava antes de verter em pingo.

O banho era um capítulo à parte. Havia um incômodo filete de água fria que caía do chuveiro e batia no cangote quando eu tomava banho. Com o tempo, descobri que o melhor jeito de minimizar o incômodo causado pelo filete gelado era chuveirar-me de costas para a porta, que, aliás, não fecha sem a ajuda de uma CADEIRA. (!)

Mas... como eu já disse, a gente se acostuma.

Até com o silêncio do meu pai, que prefere ficar de boca fechada do que falar merda, e prefere dar as costas e fugir pra não ouvir as minhas merdas do dia-a-dia que tenho para contar.

Guardar tudo comigo é uma coisa que ainda estou aprendendo. Talvez, também por isso, criei este blog. Não interessa se ninguém vai ler essa bagaça... o que eu preciso é falar... ou escrever.
Tenho saudade da minha mãe, dos meus amigos, do meu cachorro...

Mas tenho consciência de que é uma nova fase, que tenho que encarar se quiser alcançar meus sonhos.

Pouco importa que alcançar o que se quer e ser feliz sejam coisas tão distintas entre si.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Sobre técnicas de repelência contra malas

Convenhamos que ser naturalmente anti-social tenha suas vantagens; se as pessoas interessantes não chegam de cara lhe dirigindo a palavra, as desinteressantes também não chegam. (ou, não deveriam chegar.)

Mas quando isso acontece, Deus nos acuda! Não há como se desvencilhar dos malas! E eles parecem estar espalhados pelo globo! Principalmente nos ônibus. São seres de 16 a 61 anos.(eu sei, a margem de erro é grande!) , geralmente roliços e com a voz estranha.
Todos se parecem muito (serão, na verdade, o mesmo, e eu não percebi?!) , e os poires são aqueles que acham que não há donzela do universo que escape à aura de seu sex appeal.

Algumas garotas são poupadas destes espécimes persistentes.(acho que elas não devem pegar o ônibus Terminal Parelheiros), outras se valem de velhas táticas de provocar desinteresse instantâneo. (fazer "resgate", cutucar o nariz, espremer espinha..)

E, como as revistas que as meninas lêem só ensinam como fisgar gatos (e não espantar sapos), achei que estaria sendo útil ao mundo se desse a elas um CURSO DE REPELÊNCIA CONTRA MALAS baseado na técnica que eu denomino "grofrsgrofs". (que não passa de uma risada tão sem-noção que faz qualquer pessoa do globo querer ficar longe de você e fazer de conta que não te conhece.)

AULA DE GROFSRSGROFS

Muito bem, minhas pupilas! Primeiramente, vocês ptrecisam convencer a si mesmas de que se livrar de um mala é difícil, mas não impossível. E que todas vocês têm esse talento escondido dentro de vocês, apenas esperando para desabrochar.

Agora que estão psicologicamente preparadas, peguem um espelho e comecemos a treinar grofsrsgrofs em nível básico.

Exercícios:
1) Sabe aquela risada internética "rsrsrsrs"?! Então... pronuncie o ruído.
Repita o exercício 10 vezes.

2) Suínos estão em voga. Sabe aquele barulho que os porcos fazem...(não o grito, porque "se grito funcionasse, porco não morria.") Aquele "grofs-grofs-grofs"... Então...pronuncie o ruído, só que para dentro.
Repita o procedimento 35 vezes.

3) Aê, garota!!!
Já tá craque na parte fonética! Agora, exercitemos a expressão facial!
Mostre as gengivas, franza a musculatura que fica acima do nariz e arregale esses belos olhinhos.

4)Sem desfazer aesta expressão, pronuncie os ruídos "rs" para fora e "grofs" para dentro. Repita o procedimento até adquirir naturalidade.

5) Olhe no espelho. Como ficou?! Feia?! Ótimo!
Medonha?!
Melhor ainda!
Mas se você é daquelas garotas tão perfeitas que nem a cara de porco-do-mato, nem este barulho gutural conseguem desfazer sua graciosidade, repita o exercício 4 por 487 vezes, e encare isso como a prática do WABISSABI.(filosofia japonesa que versa sobre o charme da imperfeição.)

Ou, ature os malas, ora!


GROFSRSGROFS:USE COM MODERAÇÃO.

Essa técnica pode ser aplicada para espantar desde o chato do ônibus até o ex-peguete, que virou ex justamente porque era um pé-no-saco.

Mas o uso desta técnica inclui algumas regras:

1) Não faça grofsrsgrofs numa roda de chegados, sob pena de tê-los afastados.

2) Não faça grofsrsgrofs perto do seu paquera, sob pena de ser riscada da lista de contatos.

3) Não pratique muito grofsgrofs, porque isso vicia e, antes que você perceba, pode estar rindo desse jeito por aí, e não vai ser nada engraçado. (pensando bem... vai, sim!)^^

E é isso aí. grofsrsgro...(ops! Falei que esse negócio vicia!)

Sobre dores de pé e de bunda



Alguns sentimentos são universais. O amor, o ódio, a alegria, a frustração, o etecétera... e a dor de bunda.

Há também a dor de pé, (o pé que chuta a bunda.) mas dói bem menos que a pobre chutada em questão.

Pior ainda se o chutado for trocado por outro(a). Aí, a dor de bunda é tanta que não dá nem pra sentar!

Dá vontade é de correr! Correr pra casa, se entupir de chocolate , enfiar a cara no travesseiro e assistir um filme do Adam Sandler.

E o que é ainda pior: se perguntando:"onde foi que eu errei?". (se parasse realmente para pensar, a lista de erros poderia até ser enooorme. Mas a pergunta é, invariavelmente, a mesma.)
Isso sem falar nas comparações, que só ajudam a deixar a gente pra baixo.
Tipo... se uma garota for trocada pela Gisele Bundchen, vai se sentir um lixo, por não conseguir ser tão bela quanto a top gaúcha. E, se for trocada pela Hebe Camargo, vai se sentir mais lixo ainda, por pensar que pode ter os peitos tão caídos quanto os da apresentadora de 99 anos. (ou mais)

Muitos métodos são postos em prática para tirar o chutado da fossa, como conversar com os amigos sair pra beber, passear e chorar no colo da mãe.

No meu caso, meus amigos moram longe, minha mãe, também, eu não bebo e os passeios pelo bosque só me deixavam mais deprê.

E teria continuado na inércia da deprê se não tivesse sido salva pela CIÊNCIA. (!)

Se você está inconsolável pela dor de bunda, pense que toda sua desgraça se deve unicamente ao complexo principal de histocompatibilidade. (para os chegados, CPH.)

E esse CPH se encontra em você mesmo; nos seus genes! Pessoas com cphs diferentes tendem a se atrair mutuamente.

Como essas pessoas com CPHs dierentes se encontram?! Pelo cheiro! Tem algo a ver com os feromônios... (mas garotas que tomam anticoncepcionais, estranhamente, se sentem atraídas por caras de CPHs semelhantes.)

Pense que tudo não passa de uma engenhoca da natureza, e a paixão tem duração de um ano e meio (às vezes, mais, às vezes menos), e serve para unir as pessoas que têm CPHs diferentes por tempo suficiente até que eles tenham um filhinho.(ou filhote.) Depois, vêm o amor duradouro, a confiança mútua, a compreensão... ou não.(pode vir um divórcio.)

Voltando à dor de bunda... se você padece deste mal, pense que:

1) Daqui a um ano e meio, você não vai mais estar gostando de quem te chutou.

2) Teoricamente, daqui um ano e meio, quem te chutou não vai mais estar gostando da pessoa por quem você foi trocado.

3) Existem milhões de pessoas com CPHs diferentes do seu espalhados pelo mundo, mas elas nunca vão te farejar se você ficar aí, sentada, se entupindo de pizza e chocolate enquanto assiste a um filme do Ben Stiller.(o do Adam Sandler já acabou, e você ainda está aí!)
A não ser que você esteja de olho no carinha que entrega a pizza.

Se for o caso, então, você não está tão mal quanto eu pensava.
Danaaaaada!

Sobre fé, peregrinação e cadernos.

A fé é um requesito indispensável na compra de artigos escolares para a facul, bem como a paciência, a desenvoltura, a persistência e a disposição para andar muuuito. E grana, é claro!

Bem... fora a fé e a desenvoltura (para pechinchar), eu não tenho nenhum dos outros requesitos, e é por isso que acho compra de material um saco!

Hoje, por exemplo, rodopiei por todas as papelarias da Vila Mariana, à procura de um mísero caderno. Após a oitava tentativa, encontrei o benedito.

Mas não pude deixar de perguntar a mim mesma por que os professores fazem questão de pedir os materiais que sejam:

a) os mais caros (olha o guache ae... cinco por trinta pau..)

b) os mais difíceis de pronunciar (tentar dizer Kentmere ou Ilford ultrapassa os limites usados para a lingua portuguesa)

c) os mais difíceis de lembrar (tente memorizar "kentmere" ou "ilford". Ganha um doce quem puder!)

d) os mais difíceis de encontrar (caderno de desenho; brochura e capa dura. Parece simples, mas tive que peregrinar a tarde toda pra achar isto!)

e) Todas as anteriores

Sobre um poema ridículo do colegial

Vinícuis de Moraes morreria de inveja deste soneto!

"Numa foto do orkut o vi
Por seu perfil me interessei
Conversando no msn
Com um clic me apaixonei.

E durou uma semana
Meu tempo de felicidade
Quando, enfim, eu percebi
Que ele não era de verdade!

Nem me lembre do momento
Do meu susto, que horror!
Eu soube por uma amiga:
A foto era de um ator!

E as coisas tão bonitas
Que ele a mim dizia
Não passavam de uma cópia
De barata poesia.

Com um enter começamos,
Mas agora, sei que errei.
Com delete e ressentimentos
Da memória o apaguei.

....................................

Aplausos!

Sobre a criação dos personagens de Daydream


Saudades do tempo em que eu me reunia na hora do recreio com a galerinha do mal para escrever o roteiro de histórias em quadrinhos.

Note-se que apesar de estar na faculdade, insisto em dizer "recreio", e não "intervalo". Quando passam para o colegial, as pessoas parecem ter certa aversão por termos presentes na fala do ensino fundamental. Mas nós não ligávamos (muito )para essas coisas infantis! Queríamos apenas passar nossos recreios felizes, imaginando aventuras sobrenaturais e nos transportando para outras realidades... (e daí, se isso também é infantil?!)

Era só dizer que tinha uma história em mente, e alguns se voluntariavam a participar como personagens. E iniciava-se a etapa de criação de bonequinhos toscos. (eu desenhava muuuuuuuuuuuuuuuuuuuito maaaaaaaaaal!!!!)

Pitacos depois, (quero meu cabelo loiro, meu olho verde, ser alto, forte, bonito, todas as gatas vão gamar em mim...) o personagem ganhava corpo.

Outros pitacos mais (serei frio, distante, enigmático, e todas as gatas vão gamar em mim) e o personagem ganhava uma personalidade.

Após os pitacos finais (quero poder voar, abrir fendas na terra, controlar o fogo, a água e o gelo -que, afinal, não passa de água dura-, poder curar as pessoas e fazer todas as gatas se gamarem em mim.), o personagenzinho, enfim, tinha forma (meio defeituosa, pela escassez de conhecimentos em anatomia), personalidade (de sobra!) e poderes.(Mais de sobra ainda!)

E, após catalogar seis ou sete (no começo eram bem mais) seres nesses moldes, tínhamos um núcleo de telenovela.

Isso sem falar que eu "roubava" a personalidade de pessoas sem que elas soubessem para colocá-las nas minhas criaturinhas. (depois, elas acabaram percebendo.)

Com tanta variedade naquele mangá, o resultado de tanta gente dando pitaco numa coisa só poderia dar numa salada! Às vezes, eu ignorava todos os palpites, e tomava as rédeas da coisa:" Fodam-se! Agora vai ser do MEU jeito!". Aí, é que as coisas ficavam ainda mais confusas.

Hoje, leio Daydream e não entendo nada. A história parece vagar sem rumo, demora para saber quem é o personagem principal (obviamente, eu), que se revela meio emo e depressiva (reflexos da fúria adolescente) e os personagens tinham queixos grandes demais, os braços pareciam salsichas dobradas, as roupas não tinham caimento e , não raro, estavam zaroios.

Mas guardo cada página como se fosse um filho, fruto de uma das épocas mais marcantes e intensas da minha vida.(não imaginem como poderia ficar trancada no quarto desenhando mais de duzentas páginas ser uma coisa intensa. Vocês não iriam me entender.)

Verena, Felipe, Leandro, Narlir, Mie... valeu pela força.